O QUE É A “TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO”?
Nelson Magalhães da Costa Filho
S. Paulo, 03 de abril de 1985.
Assim define “Tempos Novos” (“Novoe Vremia”) / nº 11 – março 1985, semanário soviético, à pg. 32 no artigo intitulado “Onde é que está a “paz social”?”: “... a “teologia da libertação”, ou seja, o apoio dado por uma grande parte do clero às lutas populares, pela liberdade e independência”.
A Teologia da Libertação é uma parte da teologia em que visa, preocupar-se com o nível de vida do homem, para melhor comunhão com Deus. É uma teologia evoluída, isto é, aberta às realidades humanas, tanto no campo religioso, como também no social e, vem provar-nos de que, a teologia em si, não estaciona em um só sistema, mas, sim, em outros que existiram e noutros que virão posteriormente. Ela não está baseada na filosofia marxista, mas nos problemas sociais, mui particularmente nas injustiças sociais nas três Américas e África.
Assim diz, Leonardo Boff: “O grande medo que a Teologia da Libertação provoca, não é o de recorrer à análise marxista, mas, sim, por exigir que a Igreja rompa seus vínculos com os opressores”.
Quanto ao verdadeiro significado de “teologia dos pobres”, aplica-se em particular, na preocupação na elevação do nível de vida dos menos favorecidos.
Explica L. Boff: “Opção pelos pobres, significa, diminuir evolutivamente as injustiças e a desumanização”.
Dom Luciano, da ala moderada da Igreja, dá seu ponto de vista: “A Teologia da Libertação vem, no campo social, analisar e promover a dignidade humana e, no plano evangélico, dar condições de sobrevivência, o direito aos menos favorecidos, os oprimidos, pelo atual sistema”.
Os conservadores atacam a Teologia da Libertação, sob o prisma da dialética de Marx. L. Boff afirma: “Marx não é o pai, muito menos o padrinho da Teologia da Libertação; continuamos falando sobre graça e pecado, fé e não-fé, conversão e reza. O Marxismo é, particularmente, útil para uma análise verdadeira de nossa sociedade em que vivemos e seu sistema denominado: capitalismo. A teologia na libertação é um grito contra as injustiças sociais, em particular, da América Latina”. “Não estamos interessados na teoria marxista por ela mesma, mas no uso que podemos fazer dela”.
Portanto, Boff acha que a teoria formulada pelo filósofo, Karl H. Marx, é a que melhor permite a coesão da fé e do estudo das coisas divinas com a prática social dos cristãos.
Carlos Alberto Libânio Christo, 40 anos, mais conhecido por “Frei Beto”, assim afirma: “Toda teologia recorre à mediação de uma ciência social para analisar os problemas concretos dos fiéis”.
Historicamente, a teologia cristã recorreu a duas ciências pagãs ou atéias:
1ª- A Filosofia Platônica, com Santo Agostinho de Hipona (AGOSTINISMO);
2ª- A Filosofia Aristotélica, com Santo Tomás de Aquino (TOMISMO).
Dom Moacyr Grechi, 48 anos, Bispo do Acre, diz: “É válido tomar alguns elementos da análise marxista para melhor compreensão do fato social. Condenar a utilização de alguns desses elementos, seria o mesmo que condenar a psicanálise freudiana pelo seu conteúdo ateísta!”.
“Frei Beto”, ainda diz: “Karl Marx foi quem melhor explica as causas contemporâneas de exploração reinante na sociedade em que vivemos. A dificuldade de Roma está na incompreensão do que seja a Teologia da Libertação”.
Vejamos a opinião do teólogo, Pr. Walter Altmann, 40 anos, reitor da Faculdade de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, em S. Leopoldo – RS: “A Teologia da Libertação é um patrimônio ecumênico. A fé cristã tem a ver com situações concretas e, se faltam pão, água e habitação, os cristãos devem-se sentir animados para a mobilização concreta”.
Rubem Alves, 50 anos, teólogo presbiteriano e professor da Universidade Estadual de Campinas: “A Igreja Católica errou com Galileu e Lutero, e se arrependeu mais tarde”.
Portanto, Frei Leonardo Boff não é o 1º teólogo a fazer vibrar a espada de Roma; recentemente, o teólogo suíço, Hans Kung, em l979, foi proibido de lecionar na Universidade de Tubingen ao duvidar da virgindade de Maria.
Por fim, podem cassar quantos Boff quiserem; nós não recuaremos mais.
A Teologia da Libertação é a parte da teologia de conscientização, em que firma solenemente que: cristianismo não é apenas fé, mas também ação.Moral da Teologia da Libertação: “Queridos irmãos, que proveito há em vocês dizerem que têm fé e são cristãos, se não estiverem provando isso pelo socorro aos outros? Esse tipo de fé salvará alguém? Se vocês tiverem um amigo que está necessitado de alimento e vestuário e lhe disserem: “Bem, adeus, que Deus o abençoe; aqueça-se e coma bem”, e depois não lhe derem roupas ou alimentos, que bem faz isso? Portanto, vocês vêem que não é suficiente apenas ter fé. É também preciso que façam o bem para provarem que a têm. A fé que não se manifesta por meio de boas obras, não é fé coisa nenhuma –- é morta e inútil. Portanto, nós devemos sacrificar as nossas vidas pelos nossos irmãos em Cristo. Mas se alguém se considerar cristão possui dinheiro suficiente para viver bem e vendo um irmão em necessidade e não o ajudar – como é que o amor de Deus pode estar nele? Filhinhos, deixemos de dizer apenas que amamos as pessoas; vamos amá-las realmente e mostrar isso pelas nossas ações. Então saberemos com toda certeza pelas nossas ações, que estamos do lado de Deus e as nossas consciências estão limpas, mesmo quando estivermos diante do Senhor”. (Tiago 2:14-17; I João 3:16b-19 --- versão moderna.)
Nelson Magalhães da Costa Filho
S. Paulo, 03 de abril de 1985.
Assim define “Tempos Novos” (“Novoe Vremia”) / nº 11 – março 1985, semanário soviético, à pg. 32 no artigo intitulado “Onde é que está a “paz social”?”: “... a “teologia da libertação”, ou seja, o apoio dado por uma grande parte do clero às lutas populares, pela liberdade e independência”.
A Teologia da Libertação é uma parte da teologia em que visa, preocupar-se com o nível de vida do homem, para melhor comunhão com Deus. É uma teologia evoluída, isto é, aberta às realidades humanas, tanto no campo religioso, como também no social e, vem provar-nos de que, a teologia em si, não estaciona em um só sistema, mas, sim, em outros que existiram e noutros que virão posteriormente. Ela não está baseada na filosofia marxista, mas nos problemas sociais, mui particularmente nas injustiças sociais nas três Américas e África.
Assim diz, Leonardo Boff: “O grande medo que a Teologia da Libertação provoca, não é o de recorrer à análise marxista, mas, sim, por exigir que a Igreja rompa seus vínculos com os opressores”.
Quanto ao verdadeiro significado de “teologia dos pobres”, aplica-se em particular, na preocupação na elevação do nível de vida dos menos favorecidos.
Explica L. Boff: “Opção pelos pobres, significa, diminuir evolutivamente as injustiças e a desumanização”.
Dom Luciano, da ala moderada da Igreja, dá seu ponto de vista: “A Teologia da Libertação vem, no campo social, analisar e promover a dignidade humana e, no plano evangélico, dar condições de sobrevivência, o direito aos menos favorecidos, os oprimidos, pelo atual sistema”.
Os conservadores atacam a Teologia da Libertação, sob o prisma da dialética de Marx. L. Boff afirma: “Marx não é o pai, muito menos o padrinho da Teologia da Libertação; continuamos falando sobre graça e pecado, fé e não-fé, conversão e reza. O Marxismo é, particularmente, útil para uma análise verdadeira de nossa sociedade em que vivemos e seu sistema denominado: capitalismo. A teologia na libertação é um grito contra as injustiças sociais, em particular, da América Latina”. “Não estamos interessados na teoria marxista por ela mesma, mas no uso que podemos fazer dela”.
Portanto, Boff acha que a teoria formulada pelo filósofo, Karl H. Marx, é a que melhor permite a coesão da fé e do estudo das coisas divinas com a prática social dos cristãos.
Carlos Alberto Libânio Christo, 40 anos, mais conhecido por “Frei Beto”, assim afirma: “Toda teologia recorre à mediação de uma ciência social para analisar os problemas concretos dos fiéis”.
Historicamente, a teologia cristã recorreu a duas ciências pagãs ou atéias:
1ª- A Filosofia Platônica, com Santo Agostinho de Hipona (AGOSTINISMO);
2ª- A Filosofia Aristotélica, com Santo Tomás de Aquino (TOMISMO).
Dom Moacyr Grechi, 48 anos, Bispo do Acre, diz: “É válido tomar alguns elementos da análise marxista para melhor compreensão do fato social. Condenar a utilização de alguns desses elementos, seria o mesmo que condenar a psicanálise freudiana pelo seu conteúdo ateísta!”.
“Frei Beto”, ainda diz: “Karl Marx foi quem melhor explica as causas contemporâneas de exploração reinante na sociedade em que vivemos. A dificuldade de Roma está na incompreensão do que seja a Teologia da Libertação”.
Vejamos a opinião do teólogo, Pr. Walter Altmann, 40 anos, reitor da Faculdade de Teologia da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, em S. Leopoldo – RS: “A Teologia da Libertação é um patrimônio ecumênico. A fé cristã tem a ver com situações concretas e, se faltam pão, água e habitação, os cristãos devem-se sentir animados para a mobilização concreta”.
Rubem Alves, 50 anos, teólogo presbiteriano e professor da Universidade Estadual de Campinas: “A Igreja Católica errou com Galileu e Lutero, e se arrependeu mais tarde”.
Portanto, Frei Leonardo Boff não é o 1º teólogo a fazer vibrar a espada de Roma; recentemente, o teólogo suíço, Hans Kung, em l979, foi proibido de lecionar na Universidade de Tubingen ao duvidar da virgindade de Maria.
Por fim, podem cassar quantos Boff quiserem; nós não recuaremos mais.
A Teologia da Libertação é a parte da teologia de conscientização, em que firma solenemente que: cristianismo não é apenas fé, mas também ação.Moral da Teologia da Libertação: “Queridos irmãos, que proveito há em vocês dizerem que têm fé e são cristãos, se não estiverem provando isso pelo socorro aos outros? Esse tipo de fé salvará alguém? Se vocês tiverem um amigo que está necessitado de alimento e vestuário e lhe disserem: “Bem, adeus, que Deus o abençoe; aqueça-se e coma bem”, e depois não lhe derem roupas ou alimentos, que bem faz isso? Portanto, vocês vêem que não é suficiente apenas ter fé. É também preciso que façam o bem para provarem que a têm. A fé que não se manifesta por meio de boas obras, não é fé coisa nenhuma –- é morta e inútil. Portanto, nós devemos sacrificar as nossas vidas pelos nossos irmãos em Cristo. Mas se alguém se considerar cristão possui dinheiro suficiente para viver bem e vendo um irmão em necessidade e não o ajudar – como é que o amor de Deus pode estar nele? Filhinhos, deixemos de dizer apenas que amamos as pessoas; vamos amá-las realmente e mostrar isso pelas nossas ações. Então saberemos com toda certeza pelas nossas ações, que estamos do lado de Deus e as nossas consciências estão limpas, mesmo quando estivermos diante do Senhor”. (Tiago 2:14-17; I João 3:16b-19 --- versão moderna.)